(Caio Fernando Abreu)
domingo, 28 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
deglutidas por mínimos relógios
ressoam na mente cavernosa.
Não, ninguém morreu, ninguém foi infeliz.
A mão - a tua mão, nossas mãos -rugosas, têm o antigo calorde quando éramos vivos.
Éramos?
Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta, passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.
(Carlos Drummond de Andrade)
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
domingo, 21 de fevereiro de 2010
sábado, 20 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

"[...]para as coisas que existem
sem remédio, sem solução
que te tragam tédio, desespero, frustação
há outras mil coisas
que são bonitas
que são doces
que são felizes
e se você não achar
nada de bom ou de maior
você cria alguma coisa
qualquer coisa boa que não existe
e se você botar fé nisso
essa coisa vai começar a existir
mesmo que ninguém veja
mesmo que só você acredite."
(Cáh Morandi)
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

" Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão,as coisas definidas como mais ou menos.
Um filme mais ou menos, uma balada mais ou menos.
Tudo perda de tempo...
Viver tem que ser pertubador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, sua paixão, sua adoração ou seu desprezo.
O que não me faz mover um músculo, o que não me faz estremecer, suar, desatinar,
NÃO MERECE MEU SORRISO , nem fazer parte da minha biografia."
(Martha Medeiros)

"Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é."
(Fernando Pessoa)

"O segredo: cada não que eu recebi na vida
entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
Não os colecionei.
Não foram sobrevalorizados.
Esperei, sem pressa, a hora do sim.
O não é tão freqüente que chega a ser banal.
O não é inútil, serve só para fragilizar nossa auto-estima.
Já o sim é transformador.
O sim muda a sua vida.
Sim, aceito casar com você.
Sim, você foi selecionado.
Sim, vamos patrocinar sua peça.
Quando não há o que detenha você,
as coisas começam a acontecer, SIM."
(Martha Medeiros)

Quando um coração que está cansado de sofrer
Encontra um coração também cansado de sofrer
É tempo de se pensar
Que o amor pode, de repente, chegar
Quando existe alguém, que tem saudade de alguém
E esse outro alguém não entender
Deixe esse novo amor chegar
Mesmo que depois
Seja imprescindível chorar
Que tolo fui eu
Que, em vão, tentei raciocinar
Nas coisas do amor
Que ninguém pode explicar
Vem, nós dois vamos tentar
Só um novo amor pode a saudade apagar.
(João Bosco)
Me encante, para que eu possa me dar…Me encante nos mínimos detalhes. Saiba me sorrir: aquele sorriso malicioso,gostoso, inocente e carente.
Me encante com suas mãos,
Gesticule quando for preciso. Me toque, quero correr esse risco. Me acarinhe se quiser…Vou fingir que não entendo,
Que nem queria esse momento. Me encante com seus olhos…Me olhe profundo, mas só por um segundo.Depois desvie o seu olhar.Como se o meu olhar,
Não tivesse conseguido te encantar…E então, volte a me fitar.
Tão profundamente, que eu fique perdido.Sem saber o que falar…Me encante com suas palavras…Me fale dos seus sonhos, dos seus prazeres.
Me conte segredos, sem medos,
E depois me diga o quanto te encantei.Me encante com serenidade…Mas não se esqueça também,
Que tem que ser com simplicidade,
Não pode haver maldade. Me encante com uma certa calma,
Sem pressa. Tente entender a minha alma.Me encante como você fez com o seu primeiro namorado…Sem subterfúgios, sem cálculos, sem dúvidas, com certeza.
Me encante na calada da madrugada,
Na luz do sol ou embaixo da chuva….
Me encante sem dizer nada, ou até dizendo tudo.Sorrindo ou chorando.
Triste ou alegre…
Mas, me encante de verdade, com vontade…
Que depois, eu te confesso que me apaixonei,
E prometo te encantar por todos os dias…Pelo resto das nossas vidas!
(Plablo Neruda)

" Mesmo quando as vidas aparentam se afastar, o sentimento da gente pode ignorar a palavra despedida, tantas vezes apenas um faz-de-conta de tentativa de ida que, apesar de anunciar, não sabe mais como ir embora. Quando o encontro é bom e tem lume não tem porta de saída: é pra sempre, de um jeito ou de outro, no coração. "
(Ana Jácomo)
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

" O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba."
(Paulo Mendes Campos)
sábado, 13 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
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